29 de setembro de 2009

Procura-se um desconhecido na loja de pesca.


Sempre invoquei a volúpia exacerbada... Mal saberia eu que iria encontrá-la numa loja de pesca, com traje preto e feitiço no olhar, que vinha me despir e me enfeitiçar... Me tocar e despertar no meu corpo toda desordem dos mundos e "fundos".
Ao entrar no estabelecimento amplo e diverso, o contemplei de imediato!Sorri enquanto ele me devorava em pensamento. (Situação tão simples!Tão adequada e imediata!) Contudo, durante o tempo em que eu o devorava avidamente com o pensar, ele sorria ternamente, finoriamente. De veras um delírio ligeiramente febril... Olhamo-nos com toda a força do nosso ser, como a decidir se o outro viria a fazer parte de nosso prazer-dor.
Nunca imaginei que a sobriedade das palavras diretas renderiam a suprema "saciação" dos meus desejos intrínsecos. Ausência de subterfúgios.
Objetivamente falei que o queria dentro, profundo, no coração e no sexo. Dentro ele foi, dentro ele estava, e estará.
Um selo breve findaria um ciclo de teias de aranha no peito. Minha alforria estava prometida naqueles futuros instantes de entrega e obediência. Poucas palavras, testes em mochilas e tragos de água límpida. Pressa, uma naturalidade vívida e uma cumplicidade volátil.
Minha pele, nunca havia sido tocada com tanta veemência e irascibilidade! Nas ruas cinzas do centro da cidade, eu andava hipnotizada por uma eloquência comovente... Uma energia calorosa... Um arrebatamento-entusiasmo-ardor que transportava minha alma para os cantos mais sórdidos dos meus desejos inconscientes.
Não imaginava bem o que me aguardava. Mas o desconhecido é brinde impetuoso que cega no escuro e arma trajetos excitadores-sombrios-enérgicos-epiléticos-furiosos-desordenados.
Aquelas mãos brandas e loucas me tocavam-apertavam num gesto de furor. Seus delírios, meus suplícios.
Dor e prazer prestariam então, reverências à minha suposta submissão.
Seguimos... Demasiadamente seguimos...
A provocação-exaltação misturada com goles de Antártica, vinha me despertando, incitando... Causando em meus pelos arrepios vorazes, eloquentemente abundantes. Atendia dócilmente suas ordens e me despia em "público", naquele "balaio de gato".
Primeiro, no "toilette", tirei "le petite coulotte" em seguida; "le soutien-garge". A vergonha se contrapunha com a sublimação. Eu, meramente mortal, pretendia açular seu desejo ao controle e explosão. Queria o "hard core"do sexo.O máximo da excitação!Nada de carícias "joãogilbertianas"... Furor!
Humanos... Demasiadamente humanos... "Freudianos"... Famintos... Ilícitos... (Cada um, à sua maneira.)
Ao sair do toilette, livre no vestido, com ânsia e "apetite" me deparei com seu poderio masculino logo na porta, me empurrou "toilette" adentro, me tocou com precisão e tirania.
De início, resisti,não obstante, cedi...Porém aquele lugar não era de veras apropriado. Nossos impulsos foram contidos pelo bom senso. saí porta a fora, por conseguinte ele.
Mais alguns goles de Antártica, conversas reveladoras precedidas de bolinações e entrega.
"La adittion" veio, e nós...
...seguimos, demasiadamente seguimos.
Quando cheguei na sua casa, mais especificamente no seu quarto, recebi um curioso trato. Tapas, mordidas, pressão.Pura excitação! Exaltação sem fim nem começo! Ofensas e beijos.
Envolvia seus testículos com minha cálida mão em formato de concha, pois bem assim eu os protegeria dos diversos perigos do mundo. Meu deleite se restringira simplesmente em lhe dar prazer. Sublime ato de felação!Meus lábios entreabertos.Minha língua, passeava prelibatoriamente em seu sexo. Quanta fantasia explícita!
Ele sátiro, eu borboleta. Ele meu dono e eu sua escrava. Meus gestos e suas mão de amarras. Ele perverso, e eu a devassa. My sweet lord!
(Ele sabe mesmo atrair com impetuosidade!)
Ele puxava meus cabelos coloridos e me presenteava com gestos concebidos. (Açucaradas fantasias!) Mãos, línguas,garras, amarras, chicotes, "anas e claras"... Pequenos-imensos atos lúdicos e impetuosos. Hematomas deleitosos que então virariam marcas eternas!
Um sexo que desbravava, me agasalhava! Uma tal volúpia divinal! Vísceras de sentimentos...
Nos meus lábios e boca ,o esperma foi explícitamente lançado no fundo da noite, profundo destacou-se dentro de minha existência... E eu humana... Demasiadamente humana...
Irrevogavelmente quero viver, morrendo em teus braços, até que nossa fome de bicho, seja totalmente saciada.
Então, seguimos, CALMAMENTE seguimos...