26 de março de 2010


Era uma vez uma promessa, uma vida, uma quimera. Um nascimento incomensurável de um ser que bem no fundo, queria resplandecer. Esse ser, era eu. Era uma vez "eu".

Engatinhando no tempo fui investigando venturas, fantasias, planos mirabolantes e familiares, que possibilitavam assim ter um vínculo direto com a própria vida e humanidade.

Lia livros, chorava com música, brincava de pegador e costurava vestidos das bonecas.
Amava e odiava a vida com a mesma intensidade.

Desabava ao ler as notícias nos jornais. Nunca entendia a intenção de tanta desordem e desgraça. Essa era a vida. Corações pulsando num íntimo frenesi. Ao mesmo tempo que eu ria, lamentava a desordem do mundo.

O que fazer?

Viver, viver, viver. Às vezes sonhar. Amar e se entregar a cada sentimento com a voracidade de um monstro em momento de fome insaciável. Surpresas e desavenças.

Com o passar do tempo percebi que meus questionamentos, não tinham resposta fixa. E até a minha própria personalidade, naufragava nos fundamentos confusos da existência.

O tempo passou. Cresci. Viver, viver, viver. Mesmo sem entender a vida... Mesmo a indagar a morte. De onde vim para onde vou? Decido ir para um cais que se localiza além dos temporais.

Atravessado o tempo mais um bucado, virei moça dos meus desvelos. A angústia plangente brota então, nos orifícios da pele. Ventura contrária. Fim temporário dos sonhos. BREU.

Meu sonho sempre foi viver... Mesmo ao me agarrar numa idéia de morte simbólica, desejava no meu íntimo desenhos de uma leveza concebida.

De olhos fechados, caí num buraco quase sem fundo.

Mergulhei no meu próprio sangue e abri feridas por todo corpo. Era um castigo compassivo que me inseria num fenecer lento. Morrer, morrer, morrer.

Aos poucos, vi mãos brotarem da terra. Era minha salvação pulsante. Essas tantas mãos, me trouxeram o consolo de que tudo ia passar, florescer, raiar. Um novo tempo com esperanças para de fato viver viver viver...

Eis então esse novo maravilhoso tempo! Onde de mãos dadas com meus queridos e familiares fantasio uma ciranda de otimismo e júbilo!

Renascer, renascer e ser!!!

P.S. Dedicado as minhas tias Tiana e Geralda.

20 de março de 2010


Em um novo tempo restrito, a presença de um ser ilustre (ele), se contrapõe à ausência da perspectiva neurótica e pouco eficaz de um outro ser (ela) naufragado nas suas próprias vivências.

Mesmo com toda diferença, eles se remataram e se amaram com toda efervescência de uma embriaguês lúdica e voraz, que se encarna dia após dia e se revela num temporal de afetos, palavras doces e meticulosas.

Sim, eles estavam juntos em toda uma cumplicidade, favorável em tempo e distância. Presentearam assim um ao outro com toda devoção de um amor ébrio em gestos corriqueiros de entrega e tentativas de prazer.

Nesta conivência ilustre de afagos rústicos e intensos eles se descobrem gêmeos em ideais e sonhos febris.

Ele com todo um mundo a criar. Ela a aprender a sonhar. Eles juntamente fisgados pela nova perspectiva de se completarem e se perderem num fim inexistente.

O futuro então promete chuva de flores campestres nesse encontro homem-mulher não realizados, porém vívidos em sentimentos ilustres e promissores.

Um mundo de códigos claros surge da imensidão do presente futuro.
Então, não obstante, eles unidos, presenteiam a humanidade com a simples ventura de singelamente existirem, um para o outro.

24 de fevereiro de 2010


11/11/09


Sim! Ela estava em todos os lugares. Fenecendo dia após dia, sem brilho. Só estrela apagada.

Estaria nos ares, nos mares...Pegaria carona com cometas, conheceria a rosa do Pequeno Príncipe, não obstante, deixaria a terra.

Nos contos e gestos mais fortes do seu vazio, e também nos vaguinhos dos ceguinhos de vivacidade, um possível naufrágio de lágrimas aliviaria a retidão do mundo. De fato, uma apocalíptica transformação.

A menina estrela-alada descobriu um leve amor por asas engessadas, doentes, incapazes, e presentes em seu ser.

Todavia, não desistiria fácil de buscar a falecida leveza.

Mesmo com um bucado de esperança, ela se encolhia num canto escuro, em posição fetal, completamente absorta na sede de desvendar ainda vivências de instantes mais sublimes.

Era uma vez então, uma estrela que acabou sendo vítima de uma catástrofe natural. Uma catástrofe dissonante que estimulou o íntimo da simetria concreta.

Reconheceu em si toda desordem do seu mundo sem fundo!

A partir de então, a menina triste que só ela, desprotegida e com anseios, se recolheria nesse seu mundo excêntrico que ela própria desviava.

Sem alento, a menina estrela procuraria pó de ouro por todos cantos inórditos e frestas obstruídas, afim de se recompor e voltar a reluzir, enfim, voar por aí. (A esperança não deixou de ser.)

Se a lamúria estática dos desconsolos não chegar, ela promete que estará serena em qualquer espaço do seu próprio inconsciente. Lutando sem fim nem começo. Mesmo triste, mesmo machucada.

(Se suas asas forem imensamente grandes, não será possível a entrada em algum lugar-refúgio.)

Sim! Asas imensas!

Cortaria então suas próprias asas num gesto simbólico e doloroso de desapego. Sim, as asas eram tudo que ela mais gostava. Mas o que adianta ter asas virulentas, que só pesam sem o furor vívido do vôo inalcançado?

Me muero!

Assim sendo, ela aceitava permanecer com a podridão dos seus sonhos viajantes, buscando incansavelmente se aceitar nua e sem artifícios.

Embora desolada, a menina cultivava asas agora em seu íntimo, pois as dos seu corpo entraram instantâneamente em estado de decomposição. Um clarão seguido de renúncia.

O que ela mais queria era voltar ao passado colorido já vivido, onde ela dava voltas infinitas no céu da noite.

Ela clamava e chorava piedosamente pelo seu presente, e pelo seu futuro quebrado. Segura num estado de maior consolação. Aceitando de forma grata seus caminhos sugestivos de fuga eterna.


25 de janeiro de 2010


02/11/2009


O que mais desejo nesse momento incômodo de cárcere é virar pó de estrela. Brilhar nos ciscos selvagens e incandescentes. Viajar então além das jaulas e janelas.

Espalharia meu pó brilhante em todos espelhos de almas embriagadas. Ver o clamor se dissolvendo num mundo quase transcedental, de fato, reluzente.

Virar pó de estrela seria como preservar a bem aventurança das coisas internas e trancadas. Seria como dar a volta ao mundo em oitenta dias num balão de gás, na esperança de pegar carona com o vento, com entrega, num trajeto ideal do universo, onde a paz e a plenitude estarão de mãos dadas.

Sim. Meu sonho é voar. Virar pó de estrela "douradíssima"! Mergulhar nas almas dos poetas e sentir de fato o furor do universo entrando em epilepsia com a magia dos meus ciscos de ouro.

Desligar o controle remoto. Extinguir os equívocos da humanidade e avassalar todos vácuos com minha luz incandescente.

Pó de ouro! Me muero!

Essa grata vontade de me transformar em pó de estrela purpurina faz algum sentido.

Primeiramente concluo em forte grau que necessito urgentemente voar e viajar nas costas das brisas insones, de ventos insanos, dentro dos furacões concebidos... Anseio tudo isso, e se esse fato suceder me consolarei das angústias e anseios. Brilhar ou não brilhar?

I want to shine! Quem vem comigo?

A partir de então, não mais "EU".

Era uma vez, uma garota peculiar, com esmalte cor de rosa e sem brilho no olhar. Sua tristeza arisca a envolve num pranto de ter que dar fim no seu vôo.

Mesmo com toda dor, a menina estrela-dourada-alada se fecha num cômodo de paredes negras onde completamente amarrada, clama em vão palavras nuas e sorrateiras.

Ela agoniza. Sem brilho, sem força, sem esperança. Ela agora só sonha em brincar de brilhar.


Busco no mundo cores de Almodóvar, Frida, Jean Pierre Jeunet...

Busco em mim, o vermelho sangue, o verde esperança, a morte, a vida, a renovação...

Busco simplesmente o desconhecido, para preencher simplesmente o insaciável.

12 de janeiro de 2010


Era uma vez um mundo desconhecido, no qual adentrei com abuso de liberdade e sem pedir permissão. Adentrei pra de alguma forma fenecer no jaz de minh'alma. Sua presença, meu presente!
Com uma audácia plena concebida e uma fome sequiosa abrupta num corpo dilacerado de escrúpulos; tive a graça de conhecer maravilha ao meu redor. Maravilha esta de uniforme xadrez, uma rigidez no olhar, um tom firme de voz e a doçura inconcebível de um coração leve!
Sua presença, no meu presente remete furor. Desejos plenos de alcançar seu ápice de criação e lhe inspirar de forma altiva todas maravilhas remotas no seu ser.
Um sonho que nasce no meio de fritas que se acabam e se transformam em fim de um silêncio majestoso, pertinente, amistoso.
Entre gestos e anseios reluzentes, meu presente guarda segredos de olhos de botões e crânios, talvez, um par de asas... Lentamente o desvendo...
Com os olhos marejados, estendo as mãos aos céus, arregalando os dedos agradecendo tempestivamente aos astros que me enviaram esse precioso adorno.
Desejo piedosamente seguir futuro adentro dentro desse mundo novo, com cores furtivas e melodias de flauta em sol.
Corações num instante ideal.
Que seja eterno enquanto dure!

23 de dezembro de 2009


08/11/09

Anseio a escuridão retrógrada dos meus vômitos de lírios negros.
A escuridão, sem dúvidas, seria meu presente mais excêntrico e belo, já que clamo piamente todos meus desvãos.
Lá fora...bem, lá fora a Lua lamenta a suposta solidão, enquanto eu, com mãos de éter tateio qualquer distração.
Quisera ser como a Lua, "sozinha" na noite, mansa e "desabitada". Dormir e acordar no breu, junto à sonhos desconhecidos e contínuos.
Na claridade do dia, vejo as dores desproporcionais dos lamentos.
Caminhos sinuosos me arrebatam e me deixa absorta na idéia em que além do "previsto" há um bom lugar, de calmaria e de sonhar...Quem vem?
Sempre sonhei com OZ, com o país das maravilhas, asteróide B-612 e até mesmo com um mundo inusitado inventado pela minha fértil imaginação. Porém, nesse instante, meu sonhos de mundo ideal derreteram.
Quisera preencher todos vazios internos e obcenos.
Desvendar o que sou e ulular até cansar.
Me conhecer na maior proporção do ser!
Ter a claridade como necessária e a escuridão como vital.
É dia, o sol cega.
Quando então a noite retornar, vibrarei no meu íntimo como que nunca mais será preciso acordar.
Eclipse.

20 de dezembro de 2009


07/11/09

Dentro de um segredo, guardo um medo.Uma insegurança plangente de nunca mais voltar ao jardim da minha casa antiga.
No jardim: pássaros, borboletas que voavam livres nas suas cores, joaninhas... um pé de amora onde eu ficava horas a fio meditando acerca da vida e lendo meus livros de gente grande... Neruda, Nelson Rodrigoues,Platão... (aiai)
Quando a noite caía, deitava no chão fresco do jardim e esperava com uma ansiedade cruel o momento em que um OVNI viesse me abduzir...
Sempre quis voar...Tinha o sonho e trabalhar na NASA, ser ufóloga, trapezista, aeromoça...Tudo que me "tirasse" o chão (realidade) me atraia com impetuosidade. Sempre quis voar... Continuamente, até ver a lua de perto. Morde-la e sentir seu sabor de fromage blanc, morde-la como queijo: gozar, e apagar... (Mas convenhamos, se eu deveras mordesse um pedaço da lua, teria parte da lua dentro de mim...Seria lua também.) Meus sonhos (que desconheço) emergiriam numa amplitude real.INEXORÁVEL!
De fato preciso voltar a sonhar.Sonhar ainda que os sonhos sejam sonhos cobertos de surrealidade. Preciso dentro disso me entregar ao meu íntimo, ao meu coração de sensação. "Por quoi je ne rêve pas"
Dentro do meu medo, guardo um segredo. Colher infinitos sorrisos no vento, pintar o mundo de verde e vermelho, doar um milhão de afagos para o núcleo da terra... Presentear o mundo com lindos arrebiques...Plantar acalantos musicais nos corações aflitos...ME CURAR DO MAL QUE SOU ... ... (Talvez tudo isso seja sonho...)

Sonhar, não sonhar. Sonho ou não sonho?

SONHAR NO JARDIM!

Na realidade, sinto que existem sonhos até nas minhas vísceras. Mas não tenho um cata sonhos, (quero dizer, clareza de percepção), viajo na possibilidade de negar os sonhos. De fato, muita contradição. "Oui, je rève"
Quero voltar na minha casa antiga, "aquela do jardim das borboletas e do pé de amora) deitar pela última vez na grama fresca, visitar as larvas que habitam as rosas...E tanto mais!Uiui!Aiai!

Quero dar fim a minha própria voz que não para de se contradizer e confundir.
TÁ AÍ! Nesses laços e "entrelaços" acabo de descobrir um "SONHÃO" real. O sonho é descançar nua na doçura do infinito. (Descansar um bucado desse mundo.)

Ululando enquanto rasgo meus vestidos velhos, observo e contemplo a lua mansa que é cheia. Nesse momento me presenteio com a pouca luz da escuridão.

Quizera eu, morar num canto refúgio-lua-jardim de puro SONHO....Nem luz, nem escuridão.Nesse canto, viveria eu e eu. EU por toda eternidade.

Eu, no meu jardim de sonhos, com a lua a me iluminar vagamente.

18 de dezembro de 2009


06/11/09

Sim! Eu tenho asas!
Elas, minhas asas virulentas alcançam tão alto, tão longe, tão velozes que ser nenhum enxerga a amplidão do meu vôo descontínuo e fragmentado.
Estou longe de ser anjo, de ser flor de inocência...Tenho asas que representam apenas um suplício de um sonho de liberdade desgarrado, sutil e azul.
Essa tal liberdade é sem fim e incansável.Talvez a conquiste quando me libertar das amarras dos traumas. (Não é fácil, bem sei...)
Nessa exata fase da minha vida, estou me despindo, me enterrando, arrancando pena por pena, e por mais que tudo isso seja doloroso sinto que " OMUNDO QUER-ME MAL PORQUE NINGUÉM TEM ASAS COMO EU TENHO"
Farei um diário com minhas penas.Escreverei um drama de pluma e sangue.
Quero arrancar também as minhas idéias de sonhos inexatos, pois com eles meu mundo não roda, e por ele não rodar, me sinto estagnada dentro de uma bolha de sabão. Se a bolha explodir, puff, eu caio.Nessa queda de fundos, minhas asas quebrarão de vez. Elas se transformarão em bronze e meu corpo irá se decompondo assim... Paulatinamente... Grato por descansar...
Paulatinamente, assim... A própria terra engolirá minhas pétalas de lágrimas e minhas asas de bronze. Minha alma vai emergir ao ápice dos ápices, onde o nada governará deliberadamente.
Serei deveras feliz então.
Organizo as horas... Rasgo os retratos das pessoas mais queridas. Engulo friamente uma lâmina que corta diretamente todos meus males internos.Logo em seguida, engulo agulha e linhapara costurar e recompor as feridas que eu mesma provoquei.
Já agora, dentro de um caixão (colorido), me sinto poetizada, costurada, amparada.Livre para uma nova etapa da vida. Livre para o fim.
Só posso me livrar do obscuro sonho da morte, quando um sapo príncipe chamado Bené beijar minha face.
Os ponteiros das horas passam, passam, passam... Voam sem fim. Bené não chega. Me consolo e me domo dentro do caixão que é também minha redoma. Bené não vem.
Me entrego então às profundezas da terra louca de fome. Já não tenho mais asas.(Será então que o segredo para voar livre é não ter asas?)
Mais uma vez...Contra os moinhos do vento.
Engolida pelo desamparo do tempo. Caixão aberto.
Os lobos, tragam todas aquelas lágrimas que nunca vão deixar de ser, nunca vão parar de escorrer.
Sem asas... Com lágrimas...
Triste fim de D. M. Quaresma.

Branco.


04/11/09


Ontem, embriagada pelo aroma da natureza, vi o dia amanhecer entre as folhas.
Já hoje, inteiramente sóbria, incansavelmente ferida pelas pancadas da vida vejo o dia amanhecer entre as grades gris de um suposto lugar "acolhedor" da dor.
A minha dor me trouxe a essa prisão jaula com paredes brancas e sem vivacidade. Essa vivacidade BRANCA inspira a morte, inspira o fim. Inspira principalmente a não revolução de ímpetos abalados pelos traumas cotidianos e pelos equívocos desprezíveis da humanidade.
Onde moram as cors desse lugar? Por que o branco? O branco é vazio...e já basta o vazio de dentro de mim.
Quisera preencher e enfeitar esse triste espaço restrito e rigoroso com flores de diferentes sentimentos. Em cada quarto, queria plantar um canteiro de girassóis, uma música,um sonho... Tudo isso que citei (as, flores,os sonhos...) queria também introduzi-los dentro de mim. Dentro dos outros.
Desejo piedosamente que no lugar do meu sangue transite um líquido furta cor, cores secretas que habitam um espaço inexplorado no meu íntimo;
Na minha mente, um turbilhão de indagações e perplexidades poderiam transmutar ouro em, pó de café.

Palavras soltas, engolida pelos sentidos, porém sensatas na minha cinematográfica forma de viver abalam a suposta sanidade imposta por um caos vívido e cientificamente meticulado.
Posso explicar tudo de nada e assim comprometer a compreensão alheia. A propósito, o que é ser louco? Ser louco é estar aqui...no BRANCO.
O que fazer para deixar de tanto pensar? Pensar dói, corrói. Pensar...Demasiadamente pesar... Dormir é não pensar em pesar.Pensando, penso...Peso.
Queria então só dormir e de repente acordar num paraíso onde é permitido poetizar as lamúrias e as belezas da dor. Vem em mim plenitude! Virtude! Desperta em mim finitude!
Quero enfim romper com esse enfadonho branco.Romper com esse vazio perturbador que não cala a mágoa.Prefiro as cores das minhas alucinações do que a quietude mórbida coberta pela ilusão.
Quero o início do fim.


(Pular o meio.)

Quero romper, crescer, morrer, viver..

D.M.

29 de setembro de 2009

Procura-se um desconhecido na loja de pesca.


Sempre invoquei a volúpia exacerbada... Mal saberia eu que iria encontrá-la numa loja de pesca, com traje preto e feitiço no olhar, que vinha me despir e me enfeitiçar... Me tocar e despertar no meu corpo toda desordem dos mundos e "fundos".
Ao entrar no estabelecimento amplo e diverso, o contemplei de imediato!Sorri enquanto ele me devorava em pensamento. (Situação tão simples!Tão adequada e imediata!) Contudo, durante o tempo em que eu o devorava avidamente com o pensar, ele sorria ternamente, finoriamente. De veras um delírio ligeiramente febril... Olhamo-nos com toda a força do nosso ser, como a decidir se o outro viria a fazer parte de nosso prazer-dor.
Nunca imaginei que a sobriedade das palavras diretas renderiam a suprema "saciação" dos meus desejos intrínsecos. Ausência de subterfúgios.
Objetivamente falei que o queria dentro, profundo, no coração e no sexo. Dentro ele foi, dentro ele estava, e estará.
Um selo breve findaria um ciclo de teias de aranha no peito. Minha alforria estava prometida naqueles futuros instantes de entrega e obediência. Poucas palavras, testes em mochilas e tragos de água límpida. Pressa, uma naturalidade vívida e uma cumplicidade volátil.
Minha pele, nunca havia sido tocada com tanta veemência e irascibilidade! Nas ruas cinzas do centro da cidade, eu andava hipnotizada por uma eloquência comovente... Uma energia calorosa... Um arrebatamento-entusiasmo-ardor que transportava minha alma para os cantos mais sórdidos dos meus desejos inconscientes.
Não imaginava bem o que me aguardava. Mas o desconhecido é brinde impetuoso que cega no escuro e arma trajetos excitadores-sombrios-enérgicos-epiléticos-furiosos-desordenados.
Aquelas mãos brandas e loucas me tocavam-apertavam num gesto de furor. Seus delírios, meus suplícios.
Dor e prazer prestariam então, reverências à minha suposta submissão.
Seguimos... Demasiadamente seguimos...
A provocação-exaltação misturada com goles de Antártica, vinha me despertando, incitando... Causando em meus pelos arrepios vorazes, eloquentemente abundantes. Atendia dócilmente suas ordens e me despia em "público", naquele "balaio de gato".
Primeiro, no "toilette", tirei "le petite coulotte" em seguida; "le soutien-garge". A vergonha se contrapunha com a sublimação. Eu, meramente mortal, pretendia açular seu desejo ao controle e explosão. Queria o "hard core"do sexo.O máximo da excitação!Nada de carícias "joãogilbertianas"... Furor!
Humanos... Demasiadamente humanos... "Freudianos"... Famintos... Ilícitos... (Cada um, à sua maneira.)
Ao sair do toilette, livre no vestido, com ânsia e "apetite" me deparei com seu poderio masculino logo na porta, me empurrou "toilette" adentro, me tocou com precisão e tirania.
De início, resisti,não obstante, cedi...Porém aquele lugar não era de veras apropriado. Nossos impulsos foram contidos pelo bom senso. saí porta a fora, por conseguinte ele.
Mais alguns goles de Antártica, conversas reveladoras precedidas de bolinações e entrega.
"La adittion" veio, e nós...
...seguimos, demasiadamente seguimos.
Quando cheguei na sua casa, mais especificamente no seu quarto, recebi um curioso trato. Tapas, mordidas, pressão.Pura excitação! Exaltação sem fim nem começo! Ofensas e beijos.
Envolvia seus testículos com minha cálida mão em formato de concha, pois bem assim eu os protegeria dos diversos perigos do mundo. Meu deleite se restringira simplesmente em lhe dar prazer. Sublime ato de felação!Meus lábios entreabertos.Minha língua, passeava prelibatoriamente em seu sexo. Quanta fantasia explícita!
Ele sátiro, eu borboleta. Ele meu dono e eu sua escrava. Meus gestos e suas mão de amarras. Ele perverso, e eu a devassa. My sweet lord!
(Ele sabe mesmo atrair com impetuosidade!)
Ele puxava meus cabelos coloridos e me presenteava com gestos concebidos. (Açucaradas fantasias!) Mãos, línguas,garras, amarras, chicotes, "anas e claras"... Pequenos-imensos atos lúdicos e impetuosos. Hematomas deleitosos que então virariam marcas eternas!
Um sexo que desbravava, me agasalhava! Uma tal volúpia divinal! Vísceras de sentimentos...
Nos meus lábios e boca ,o esperma foi explícitamente lançado no fundo da noite, profundo destacou-se dentro de minha existência... E eu humana... Demasiadamente humana...
Irrevogavelmente quero viver, morrendo em teus braços, até que nossa fome de bicho, seja totalmente saciada.
Então, seguimos, CALMAMENTE seguimos...





3 de setembro de 2009

Explosion


Começa...
Sem saber por onde...
Tropeça...
Caminhar rolando...
Não nega...

Foi assim que tudo começou:

Era noite (ou dia?)
Era ódio (ou amor?)
Era deleite (ou dor?)

No vento-o pó
Na mente-o pejo
Na canção-arpejo
Na palavra-o sentir
No agir-a imprecisão
No intervir-a ação

(-Serena!Tranquila!Para! RESPIRA!)

É muito ar pra pouco confronto!
É conforto na inquietação!
É parir a imprecisão!

(Gira, gira e gira!Baila!Eleva a alma!)

Eu ouço o eco do bater do coração
(Me inunda, me molha!)
Arrebato a calma
(Me lavo)
Me perco!
Me mato!
ME ACHO!

Começa...
Procedência dispersa.

(Era uma vez uma nuvem que explodiu!)

STIPUFT PÁAAAAAAA

12 de maio de 2009

Distância



Início resolutto.
Talvez nesse instante, eu saiba mais sobre distância do que você.
Esse suposto "afastamento" alcança num suspiro veloz do tempo, o lugar secreto onde encontro meus traumas e descubro minhas vitalidades,minhas virtudes.
Você me guia, me desvenda, mas ainda assim, o mérito é meu.
Às vezes me estende a mão, me ganha com um abraço, toca uma canção que eu imagino, seca minhas lágrimas com um sorriso. É tudo tão colossal!Mágico!Emocionante!
Existe um elo entre nós, e esse elo vem sendo recalcado e fundamentado com o decorrer das quartas-feiras de fome de almoço.
Quarta feira, tem sido um dia próspero pra mim, não por sua significância, nem por nenhum motivo místico. Gosto desse dia por que nele consigo estar mais perto de ti, consequentemente mais perto de mim. E sabe..Estar perto de mim é algo tão novo, tão produtivo...
É...O mérito é nosso.
Com sua ajuda, saí do buraco escuro.
Você me mostra a luz, eu por vez decido segui-la... Nem sempre dá certo,às vezes me assusto com minha própria sombra, mas somente o fato de tentar me traz auto confiança e brilho interno!(Você sabe como tudo estava ofuscado por aqui.)Aos poucos vou raiar! E nós dois iremos saborear orgulho da nossa labuta.
É certo que em determinados momentos me entrego ao deleite dos meus pensamentos.É um pouco involuntário, sabe? Porém controlável. Como já disse várias vezes, sei do lugar onde devo estar!Sei da distância que devo manter.
Às vezes sinto um arrepio fugaz quando você solta-prende o cabelo!É uma sensação gostosa.
Gosto de olhar pras suas mãos também, elas me parecem macias...
Quando me empolgo, fico a imaginar seu cheiro.
Não são desejos puramente sexuais sabe?São expêriencias afectuosas, fraternais...Coisas bonitas de serem notadas.
Isso deve ser tão comum pra você..."Pacientes que se apaixonam por seus médicos..."
Mas pensando bem, tudo que é verdadeiro é apaixonante.
E sabe, você é uma pessoa cheia de verdades!Eu sinto!Mesmo sabendo quase nada sobre sua história percebo o quão dotado de sensibilidade você é.
Vendo o amor como argumento natural, eu me encontro quase que por inteira quando olho nos teus olhos por segundos!Eu, moça torta saio do chão e vôo lá no alto junto às gaivotas com um vestido que você desconhece (de flor).Não tenho medo de experimentar abismos e nem de me atrasar pro futuro tedioso da humanidade até que as quartas feiras sejam interrompidas.
Também nesses dias vou abraçar a violência dos meus sentimentos confusos.
Entre a clareza de um contato profundo, minha centelha alimenta amores rudes, porém indefesos.
No meio de uma tempestade vejo pedaços de pétalas murchas vazadas das mãos de um arcanjo. Mesmo murchas, continuam sendo pétalas... E o arcanjo, vai ser sempre arcanjo...
Vejo torrentes de imagens delicadas e uma carta-poema que despedaça dos meus cabelos quase sempre desgrenhados.
Final suspenso!

(A carta poema será entregue em uma quarta-feira.)




26 de abril de 2009


 Moço da vida inteira:

  Onde estás?Longe perto?Inacessível, estampado, camuflado...
  O que fazes? Chora, sorri, canta, aprende a  esquecer, se lembra...
  Tudo é tão vasto, amplo...Tão irresoluto! Não sei o que você se tornou, não sei se continua sendo meu pai e me amando como antes...Nesse ocasião oportuna, além de me questionar sobre essas coisas diversas, ouço com devoção aquela canção que me apresentastes.(A voz de Soza comove ainda mais minha consciência íntima.) As lembranças voltam a  subsistir.
  Seu funeral! Que sensação molesta, nociva...Meu Deus! Pareceu-me um devaneio triste e penoso.Sua expressão de não vitalidade me chocou tanto! 
  Antes mesmo do velório tive  a infelicidade de encontra-lo no quarto ainda com a densidade quente, naquela mesma cama que tantas vezes me deitei com você, escondida das enfermeiras.Tranquei aquele quarto, e desabafei pra você.Fiquei lá ao teu lado até quase arrombarem a porta, me expulsarem e te levarem. Foram 40 minutos eternos e reveladores. Embora aflita e triste, me vi dona de uma coragem sem tamanho.Nesse dia foi que me descobri de veras forte.
   Seu corpo esfriando, desanimando e endurecendo...Papai lindo estava se tornando pedra.
   De certa forma eu percebia que você estava se libertando das tantas limitações e elevando seu espírito.
  Enquanto um turbilhão acontecia, umas moças chatas do Velório Santa Casa me perguntavam que cor eu prefiria as flores do caixão. Gente inútil que não permitem-me sentir vasta dor!Que se danem as flores do mundo!Por mim meu pai seria cremado e com suas cinzas me daria um belo e indecoroso  banho, pois essa idéia de passar gerações embaixo da terra me causa arrepios! Decomposição, putrefação...Eca! Bom deve ser virar pó e pegar carona com o vento!(Isso sim é benevolência!)
  Enfim te levaram para os cuidados fúnebres.Zelaram da sua aparência e o enfeitaram com flores cor de esperança e paz.
  Te reencontrei já no velório.Ali, já não era mais você..Apenas sua casca, desconfiguração contextual. Seu verdadeiro ser já tinha emergido, estava livre das tantas amarras que não o deixava viver  de fato como humano. (Pensando assim até fico feliz, conformada, diferente da mamãe que te deseja de qualquer forma.Viu?Nem sou tão egoísta assim...)
  Você cumpriu fortemente seu Karma grandioso pai!Nunca te ouvi reclamar do seu estado semi-vegetativo.Que exemplo!Que força! Pessoa possante, consistente, resistente, rico...(Quero ser igual a você quando eu crescer.)
  Após seu velório formal em BH você voltou pra onde nunca deveria ter saído.A cidade dos seus sonhos febris.( Sempre que você tinha suas crises de alucinação falava em voltar pra Ipuiuna, se lembra?)Posso afirmar que você fechou bem esse ciclo. A mesma terra que te deu a luz, agora vai corrorer seu corpo. Terra sedenta de vida e morte.Agora que você se transformou em verdadeira vida e verdade não há mais o que temer!Deixa a morte te levar...
  Já chegando em Ipuiuna todos seus queridos estavam lá.Esperando seu corpo pra sua despedida. Família extensa.Amigos incalculáveis.Mamãe não desgrudou de ti nem um segundo, nem mesmo na longa viagem com a ambulância funerária.Imensidão de pessoas, mar de lágrimas. 
  Chegava a hora do sepultamento e eu estava com a sensação de que ainda não havia me despedido de fato.Era tanto que eu ainda queria lhe falar...Tantos abraços que teriam que fenecer soterrados dentro de mim.Meu peito apertadão...Pouquíssimas lágrimas.
  Algo me pedia para que eu revelasse meus sentimentos de forma clara e  precisa.Talvez de forma artística que é bem propício para o espírito.
  Não sei se você me escutou, mas aquela canzoneta que você tanto gostava, eu cantei com o coração, com sentimento. Assim como aquela poesia que recitei... Sensação boa.
  Depois disso pai, apaziguei.
  Naquela hora que coloquei a coroa torpe de flores sobre seu túmulo, foi quando me despedi de veras. Findava um ciclo. De fato, ano novo!(Como seria a vida sem o brilho vívido dos seus olhos verdes?)
  Agora separados em tangibilidade, já é inevitável a saudade. Escrevo pra ti e imagino que vc também escreve pra mim, contado de tudo que anda acontecendo no além-terra.Quem sabe um dia eu não vou ter acesso a todas suas experiencais pós morte?Quem sabe num outro tempo não voltaremos  a nos unir mais intensamente, sem amarras?
  Não vou cansar de te esperar.
  Quero ser sua morada eterna pai querido!Desejo agora que estejas ao meu lado.Te abraço agora em pensamento, e juntos num sonho destro, "dançarolamos" a cantata Sudamericana.
  
  Te amo demais!

  D.M.



Moço da vida inteira:

Quando escrevo, é como se eu realmente pudesse entrar em contato contigo.Me sinto leve, feliz...Me recordo do tanto que te amo e que sou sua filhinha querida.
A vida é tão estranha...Nos prega peças que no fim nós mesmo haviamos planejado. Estamos sempre nos enganando.Temos poucas certezas e quando se vê nem são bem certezas.(O que se pode se fazer é aprender a conviver com as incertezas.)
Disse tudo isso porque sempre te tive ao meu lado, e só por isso eu era feliz, achei que nunca me deixaria e agora estou sem você. Até já duvido do amor, e me sinto insensível. Hoje, é como se você não tivesse existido, pois já sei conviver bem com sua ausência, isso é triste, mas é pra ser. Penso que seria melhor não o ter tido como pai, para não ter que conviver com esse buraco sem fim. Mas isso é uma besteira sem sentido.
Agora, você só existe em lembrança.E tantas são as lembranças ora pois! Uma coisa que eu sempre dizia quando pecurrichinha é que eu você e mamãe deveríamos morrer juntos.Sobre isso eu vejo duas possibilidades:
1-Você quebrou o trato e nos deixou.Não porque assim quiseste, mas porque a senhora Justiça o levou.Vá lá!Você se foi e minha dor não.
2-Acho que o meu pedido se realizou deveras. Nós três morremos juntos de forma meta-física. Quando você se foi, eu e mamãe também deixamos de ser.Não de existir, mas de ser.
Não sei o que é mais triste, mas sei que triste estou.E sempre hei de ficar quando nisso pensar...
Depois que o perdi não tenho medo de nada...Nem da vida nem de nada.Tenho medo apenas de mim.Perder é um detalhe.O segredo é não amar de forma plena.
Nos sonhos que você me aparece, te vejo de várias formas! O que está acontecendo?Perdeu seu corpo grosseiro e agora pode se manifestar como quiser é isso?Papai, eu também quero ser de várias formas!Quero asinhas!Além disso, quero voltar a ser parte d e ti, posso?Será que vou me unir a ti e ao resto quando tudo findar? Do que depende? O que devo fazer? Pra onde devo ir agora?Casulo? Posso conseguir?

Te espero no fim, e quando este chegar voltarei a amar d e forma plena.

De sua filha que te procura nela.

16 de abril de 2009

Objeccção.


Sigo com sais nos olhos.Maquiagem borrada.
Abruto os fragmentos violentos que estilhaçam o coração.
Agora que estou despida,descalça,acordo do sonho.Despenco da cama.Volto a me vestir, me recompor.(Agora com meus próprios adornos.)
Tento ser o que almejo, mas existem fantasmas dentro de mim. Eles não me deixam.A paz?Já não a tenho...Nem sei se a quero mais...
Ideias obscuras melam fel. Sobressaltam. Se apossam.Se acalmam.
Turbilhão no espaço interno paralelo. O motivo? Desconheço...Desconexo. Me nego.
Será que a vida é a morte que se quer?

Alice




Vai remoto!
Vai distante!
Sempre erguido!
Sorvido.Amante.

Rode o mundo.
Ronde a alma.
Rude arrue.
Lava a calma.

Lis a lice.
Maravilhas.
Aprendizes.
Acovilhas.

Dê abrigo.
Doe instantes.
Lave as asas.
Vãos errantes.

Sempre aqui.
Acolá.
Além.
Naquele mesmo lugar.


14 de abril de 2009

Tombo-enceto.


  Pusilânime, com a lâmina na mão direita, esboço o novo trajeto para meu instinto abalado. Volto no tempo e lembro de todo sangue que derramei. (Teria mais líquido espesso em mim?) Faço memória do meu mênstruo e concluo que o fluxo que ronda aquela área, ronda todo meu ser. Divago. Derramo uma lâgrima acre. Penso no princípio e meio da existência. Lâmina pro alto.Sim, eu me rendo!
  Nunca aderi a estabilidade. A inconstância me mantém viva, porém ela transtorna meus dias, meus relacionamentos e minhas convicções. Na linha-limite, não á circunspecção, só oscilações, traumas e pólos contrários. Ventura imediata, contratempo sobreposto.( Soluções? -Muito prazer, meu nome é D., estou a procura-las.)
  Dotada de coragem, me curvo ao chão, pego o objeto estrídulo e o coloco agora  na mão esquerda. Viajo no futuro e penso no potencial escondido no meu tímido sofrer. Recolho a única lágrima acre. Reflito sobre o rebate da humanidade, recordo Saramago nas Intermitências da morte, ensaio um sonho bom. Lâmina pro chão.Eu me domo!
   Livres interpretações, desastres insensatos. (Determinar a extensão das palavras é a precaução imediata. ) Antes o não dito do que o dito "pelos cotovelos." Entendam, eu só quero me livrar do mau que sou... Sem penar nem pesar.
  Careço da sua compreensão, mas não de sua piedade. Sou mocinha-flor ameaçando desabrochar. Já sei que meu cheiro é bom, e embora minha cor seja escarlate, não sou tão obcena assim. Vem! Vou...
  Estou a procurar meus rótulos, vou rasga-los, não quero ser vendida para os mercadinhos de flores. Não posso morrer nas mãos de quem não me quer bem. Já tenho meus próprios espinhos e confesso que eles não são defesas e sim suplícios.
  E todas essas vozes? Voces não tinham ido embora meninos? Vão brincar lá fora, no sol...A noite é sombria e aqui dentro não tem mais nada não! Amarrem suas mãos, ou então eu amarro meus cabelos, raspo a minha cabeça, sei lá! Reconheço suas fisionomias mas suas presenças são incômodas. Pq gostam tanto de mim? Eu nem gosto de vcs... Olha, não adianta falar que são meus frutos, disso eu bem sei. Mas já que são frutos, decido come-los vivos e acabar de vez com esse sabor ácido. Estou engolindo!Que delícia!Nem é tão ácido assim.
  Não sou alquimista, não uso nenhum tipo de droga, não sou esquizofrênica, não tenho nenhum chip implantado no corpo, nunca fui à Urânio e não sei nada sobre o ácido em Plutão. Eu apenas, sonho...Viajo...As vezes longe...Vezes dentro de mim...Me perco, me acho, me desconheço. Sou errante!Caminhante.
  O sol já está a raiar. Pela última vez, me curvo ao chão claro do banheiro. Agora lâmina na mão direita(não, não é uma dança).O trajeto? A jugular! Soluços emanados no peitoral. As lágrimas não são mais acres, agora são doces. Meu mênstruo, congelou. O que ronda meu ser nesse instante é o desconhecido. Sinto todos os gostos. Revivo todas lembranças. O futuro se torna ausente e o passado futuro. Ops...Me esqueci do presente. Me esqueci do MAIOR BRINDE do presente! O Ar. Que é Lei. Conjecturo o atual. Armo minha respiração. Aceito adornos! Tudo agora só depende de mim. Minha vida é minha felicidade. Eu me recomponho. Mantenho a compostura. Sorrio.
  A lâmina? Alarde!
  Muito prazer, meu nome é D.

13 de abril de 2009

Vertigem voluptuosa.


  
Quisera segredar o cálido que me entorpece. Nesse outono de presentes, um Melro com asas virulentas, me alerta sobre os instantes e o anti-horário das razões. A poeira que há em mim se exalta, toma forma e cria cor, transcende canção.
  Os ponteiros brincam e as horas voam. O velho relógio que estava na parede, por força imensa, parou de labutar. O menor espaço apreciável de tempo; o momento, agora é nosso!Agora é mar...Pedra a lapidar.
  Quisera aprisionar o amor com fivela. Mas o amor goza liberdade,é independente,não tem peias,é todo solto, salvo, isento,licensioso, descomedido, NÂO LITERAL. Não obstante, o amor une as coisas e as mantém. E é bem assim que ensejo meu Melro, próximo a mim e com as suas ligeirezas abraçando o mundo. (Bem sei o quanto deseja o mundo!)
  Esse pássaro, meu seguidor, me ofereceu adornos. Eu os desprezei. Prefiro a virulência das suas asas, o gosto do seu silêncio, a sua suposta indiferença, seu companheirismo ausente, seus axiomas... O estimo como ele é, mas sempre anseio a demasia.
  Aqui no meu íntimo: murmúrios trancados, excitação pulsante, orgasmos enferrujados, mistérios-objectos-presentes-sem-fim!!!!! Preparo sonhos líricos em cidades submersas onde meus olhos dormirão soterrados. Apresto minhas mãos para carícias rústicas. O roteiro é nosso!!! 
  O satélite da terra presenciou toda cumplicidade. Naquela ocasião que palavras rolavam, gestos se contrapunham, olhares se perdiam e balas se acabavam, a lua ameaçava cair. Eu não temi. O imprevisível é brinde pra alma! Gostei das suas "asas azuis" e da trilha sonora Amélie Poulain". Sim, foi memorável. Simples,adequado.
  No outro dia (que parecia apartado) eu estava gasta, vaga. Mas quando senti os toques sorrirem na minha perna, eu desabei pro infinito. Acordei para o deleite! Conjecturei a próxima cena. Prezar prazer.
  Eu como princesa desalento, recorto gravuras no meu castelo, colo rabiscos na parede, preparo sua gaiola, sua comidinha, meu colo, a caixa de música, o homem elefante e a dança no escuro. Podemos filmar a película da cena anterior também. Sim, isso é um convite!Arrisca?Petisca!
  Agora, o vento é lâmina no meu vestido. Fujo da obscuridade e do labirinto. Ensaio a leveza! Fotografo a lividez das minhas trevas pertinentes. Me transformo. Não estou mais só. É um presságio distinto. 
  Agora...Outro sono (outra insônia).
  Anti-elegia voante.
  

4 de abril de 2009

Relâmpago alvitre.


  Dentro deste espaço de tempo em que o Sol está no horizonte,eu,moderadamente sóbria, com meus desejos floridos, incendio sua chegada.

  Sobre um pátio mudo, montanhoso,ainda eu, Diviane, argonauta desvairada, cuido do cimento das palavras profundas do poeta.(As palavras me despertam a alma)

  Com a boca entorpecida de vida, de querer, arregalo os dedos e estendo as mãos aos céus e aos astros, louvando a chegada daquele que me faz sentir eterna moça-jasmim.

  Lendo teus sinais vezes mudos, vezes ríspidos, vezes explícitos-tão contraditórios-sorvo a rude distância dos nossos delírios febris. Tu bens sabes.Sempre estive perto, e assim sempre será. Independente do título que me coroar.

  Se não vieres veloz,o que será das minhas noites?Ventania e solidão somente.Cardumes de estrelas opacas que se hospedarão em meu ser até meu envelhecimento.Quem sabe morte?

  Algumas de minhas horas, são segredadas a ti.Nos meus próprios versos te procuro.

  Nas primaveras desanuvio fotos frias da suadade embalsamada.

  O telefone nunca voltou a tocar...

  Que venhas Poeta!No teu devido tempo!Pegue carona numa estrela cadente e venha voando pro meu infinito de utopias.Venha com seu poderio masculino e com tua fome de bicho.Quero te sentir em variados ciclos.Ser sua solidão noctívaga e tua fantasia de rei.

  De forma descomprometida, sem alimentar nossas reais esperanças, preparo meu colo para teus cabelos e a minha respiração para os teus ouvidos.


  Portanto que venhas!Num exercício de passos e gestos desdobrados rejuvenescendo transes descontínuos e investigando nosso indecifrável submerso.

  

24 de março de 2009

Verde.


Debruçada sobre o mistério impenetrável da noite, vejo que fundastes em mim a menina que medra o poderoso Cronos.

Me coloco num isolamento absoluto, onde brota angústia e desejo.

Calor frio que a lua cheia me traz quando distraída me pego a pensar nos teus olhos inertes, incansavelmente verdes, despidamente belos e provocantes.

Entrando contigo num reino de juventude intensa-da mesma cor dos teus olhos-minha alma se parte em estilhaços.

Pedaços de mim rumam teu destino, e bem digo que pouco me importa a lucidez das horas, das palavras e das brisas noturnas. "Que se dane o senso comum!"

Não quero saber do seu próximo destino -senhor caminhante!- Vá pra longe!Vá sem fim, porém me leve sempre na tua lembrança.

Os estilhaços...depositei-os em tantas ruas da cidade...Em tantas artes!Já nem sei o que restou em mim, já que costurando o incansável norte me perco em imagens febris.

Cinema de cores esverdeadas!(Onde caberá tanto verde?)

Sou sua moça.O que quiseres do meu espírito alucinado será lei.Servirei de alimento para teu pensar.

Vontade de despir-te.Não só da pele.Quero arrancar com as minhas unhas coloridas teus instantes incompletos.

Caixa de fotografias. Seremos nós até o fim.-E existe o fim my lord?-Nossos afetos servirão de exemplo para a multidão.E a luz transbordará incansavelmente sobre as estações vigorosas.

Teus olhos chamam pra si todas as coisas do mundo.É o poço dos teus sentimentos.Galáxia do sono.-E eu que nunca o vi em movimento.- Seus olhos serão assim até sua morte.(Quero vc de olhos bem abertos no teu funeral).

Entre as falésias inexistentes, me despeço do metafísico e do corpóreo.Pra que o azul?O lilás?O rubro e o noir?

Verde que te quero verde. Eu desabei!

Lá vamos nós, exercitar a vida e o amor...

11 de dezembro de 2008

Eternidade mar!
Súbito amar!
Derradeiro olhar!
Dormir, acordar....

4 de dezembro de 2008

Noite (Didi Morais)


Ando completamente perdida nesses sonhos verdes.
Neles, o pavor e a angústia andam dançando desgovernadamente...Rodopiando sem cessar.
Às vezes um sino grita endechas de poentes…
E eu passo a noite assim, a soluçar.


Aterrador são os fantasmas que não me deixam!(Que presságios sinistros e dolentes!)
Quero liberdade eterna,
mas o sol só foge do presente (Que mente!)


Sou vítima do meu próprio desígnio.
As ameaças são constantes,(mas eu sou forte)
Crio paisagens claras nas alamedas.(longes da morte)


E as lágrimas que choro, brancas e calmas,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

28 de novembro de 2008


Aqui estou, na beira do abismo-imensidão, ansiando aquela nítida lágrima celestial (que vem sem dor), pra curar as cicatrizes que estão se abrindo, como fenda!

Marcas ternas!

Como desfecho audacioso, vou me atirar!Me inclinar para alma e coração!

Depois de ter vivido a utopia glacial de meio mundo, mergulho num embalo de novo amor!Livre no círculo cíclico já danço sentimentos!Esqueço os vestígios deixados na haste pelas folhas ou ramos que caíram!Como mágica a transparência das cores me tomam num turbilhão de prazeres.

Pra que o Óbvio se sou assim tão inexata...(?)

Pra que a conexão se a desordem reina em mim...(?)

Eu bem aqui...Num abismo-abrigo diferente do que eu ansiava.Aprendendo a aceitar a ventura plena.Viver sem mascarar a afeição.Deixar de cultivar a dor.

A lágrima persiste em não se manifestar de forma nítida!Porém, para a minha surpresa descarrego um choro livre....Interno....Doce...Até confortável. Choro por dentro, e no mais meu choro é canção!Lá vai na escuridão...
Chore quem quiser chorar!!!!
(Sempre rumo à algum lugar onde o equilibrio se manifeste acima da bipolarização!)
(Brigada pela franqueza Rô):)

26 de novembro de 2008


Nascem flores de minhas cicatrizes!

No blood!

No sang!


Chovem cores exóticas e a congruência da beleza toma uma forma que é a mais pura e a mais verossímil!!!


Finda um ciclo!

Renasce a tímida paixão pelo viver!


Euterpe sobrepõe a Maya e realiza a arte que te pertence!


Se faz catarse!

Se faz euforia!

Viver viver viver!!!

(Mesmo com todas as marcas dizendo o contrário!!!)


Preciso despir-me do que aprendi. Desencaixotar minhas emoções verdadeiras. Desembrulhar-me e ser eu! Uma aprendizagem de desaprendisagem...


Além


As vozes são os versos

Que habitam nas páginas do caderno

E pra sempre ali ficarão

Caso não me estendas à mão


A proximidade se opõe a distância

Formato mínimo

Meu sono é canção

Fome de afetos na escuridão


Vamos seguindo no escuro

Você com estrelas nas mãos

Plantando ternura

Levando o pendão


Me leva contigo à infância

Como uma rosa de flama

Num tempo espaço perdido no cais

Bem além dos temporais

25 de novembro de 2008

O que é o que era?


Forte acaso num entrecortar de pequenas frases!
O sol a bater, a flauta a soar,uma mistura de afetos...
Deus tão perto!Tão vívido!
E vc assim...
Tão vívido! Também perto.
Cantando internamete a desordem, lá vou nesta terra ao Meio medo do Mundo.
E o Futuro amanhece.
Com mais cor!
Com mais música!
Com você!
Plin!

1 de setembro de 2008


Returvo a quase morte, relembrando do quase não ser.

Matuto em como será abismar o turvo da minha "inimensidão", reflito e chego a verdadeira incompreensão do nunca dito.

Nunca hei de acoplar as asas que me favorecem.

Eu prefiro assim.

Assado.

Não curado.

20 de abril de 2008

Meus sonhos são invisíveis.

Meus tormentos plausíveis.

Meus pesares indescritíveis.

Minhas fábulas indivisíveis.

16 de setembro de 2007

Gargalhando felicidades


Lá...

Depois daquela linha do horizonte

onde nossos pobres olhos podem ver.


Lá...

Talvez bem próxima da última estrela

existe um mundo azul

onde gargalhamos felicidades.


Lá...

Está a resposta que procuramos a milênios.


Lá...

Existe um espaço tempo harmônico.


Lá é longe.

LONGE É UM LUGAR QUE NÃO EXISTE.

Longe é só poesia.

Quando minha alma estiver lá permanetemente rezarei para que nos encontremos.


Lá...

Naquele longe lugar azul.

Gargalhando felicidades!


01/08/2003

01/01/2004


Meu pai;

Muito triste sua situação, acredito firmemente no quesito destino. Somente por justiça você pode estar passando por tudo isso. O consolo é que após passar por tanta dor e desapego involuntariamente você possa desfrutar da bem-aventurança, da verdade e principalmente da quietude.

Não creio no acaso.Uma das coisas que mais gostaria era de estar ao seu lado neste momento.Mesmo como você se encontra, o considero LINDO! O considerarei sempre “meu grandioso pai”. Aquele que satisfazia todos meus desejos, e que eu tanto admirava por sua inteligência na minha infância.

Hoje, você me dá muito mais que matéria e intelecto. Você me dá verdadeiras lições de vida, de força, resistência, justiça e pureza. Sim, meu pai voltou a ser uma criança, aquela que fala com o olhar e com o coração, e eu o entendo.Às vezes acho revoltante sua situação (mais de oito anos tomado pela doença!). Porém sempre me convenço que é necessário você passar por isso.

Não sei se me dói mais ver sua impotência ao cumprir seu papel de pai, ou a presença de um ser quase inanimado e com força interior latente, que dia após dia é consumido pela doença e dependência. Me dói e me sinto incapaz, pois não posso alivia-lo.Sempre fui muito apegada à você. São tantas as boas lembranças: seus braços fortes me jogando pra dentro da carroceria do caminhão e me levando por todos os cantos...Os seus cuidados descuidados que sempre fazia minha mãe ficar “p da vida”...Os banhos de mangueira, os sorvetes...As diversas viagens por essa Minas Gerais tão linda...Os passeios à cavalo na roça, os montes de pastéis no Mercado Central. E pensar que você queria me iniciar na música!!! Eu recusei.Hoje sou eu que não recuso a deixa-la.

Até mesmo hoje você constantemente faz coisas que serão impossíveis de sair da minha memória.Atualmente é você quem pede o sorvete, você quem faz declarações de amor, pede amparo e proteção. É como se os papéis se invertessem; agora é minha vez de doar.

Não mais entre as sinistras e colossais árvores da praça Tom Jobim (onde comecei a escrever esta carta), mas sim na portaria do hospital São Lucas,desejo vê-lo mais que nunca. Tenho muito medo de perde-lo, mas por outro lado seria um alívio!Não posso entrar; me impedem.Imagino como ele está agora.Você também deve estar com saudades. Isso sim é injustiça.Impedir que eu veja meu pai.Já não tenho esperanças da sua melhora.Desejo apenas que continue sendo feita a justiça.

De sua filha que te ama, Diviane Morais de Aquino.


P.S.: Às 20:00 do dia 31 de dezembro de 2003, falece meu pai Benedito Pereira de Aquino de insuficiência cardíaca. Seu corpo foi velado em Belo Horizonte e posteriormente em Ipuiuna (sua cidade natal), onde foi enterrado. Interessante citar que, após sua morte. seu semblante aparentava sua cura. Todas as marcas da doença desapareceram .Finalmente ele se libertou do corpo limitado. Agora seus movimentos correspondem a sua vontade.Agradeço àqueles que sentem a perda e estão ao meu lado e ao da minha mãe.

5 de agosto de 2007

"Voltar enfim pra fonte das águas mais puras"Descobri o sentido de todas as coisas.E graças a isso daqui pra frente acho que vou ser verdadeiramente feliz. Sempre fui feliz parcialmente, mas agora sei que a felicidade completa está bem no alto daquela montanha, onde nossos pobres olhos mal podem enxergar. Lá não existe dor nem sofrimento. A ilusão não tem poder.Aqui nossos olhos estão totalmente contaminados.E nossa mente está suja de pensamentos circulantes. Agora td realmente parece mais simples. A clareza das coisas se deu pelo fato de inexistir sentido na vida. A vida é uma grande brincadeira.E a morte é um artifício. A "ordem natural das coisas" ou "Deus" manipula nossos sentimentos que na verdade são todos programados. Tudo é um jogo, ou um filme.Tudo é determinado. Estamos sendo controlados e o livre arbítrio é uma grande desculpa. Deveria se chamar livre desgraça.Não existe céu nem inferno. Talvez exista alguma continuação, mas nada q se compare a essa vida. Não existe o bem nem o mau, muito menos o certo ou o errado. Lá, depois daquela linha do horizonte que é o que os nossos pobres olhos podem ver.Lá, talvez bem próximo da última estrela exista um mundo "azul", onde gargalhamos felicidades.Lá está a resposta que procuramos a milênios.Lá existe um espaço e tempo harmônico.Lá é longe, longe é um lugar que não existe.Longe é só poesia.Quando minha alma estiver lá "permanentemente", rezarei pra que nos encontremos.Lá naquele longe lugar azul.Gargalhando felicidades.

"Eu ainda não sei controlar meu ódio mas já sei que meu ódio é um amor irrealizado, meu ódio é uma vida ainda nunca vivida. Pois vivi tudo - menos a vida. E é isso o que não perdôo em mim, e como não suporto não me perdoar, então não perdôo aos outros. A este ponto cheguei: como não consegui a vida, quero matá-la. A minha cólera - que é ela senão reivindicação? - a minha cólera, eu sei, eu tenho que saber neste minuto raro de escolha, a minha cólera é o reverso de meu amor; se eu quiser escolher finalmente me entregar sem orgulho à doçura do mundo, então chamarei minha ira de amor."

Clarice Lispector

"Meu sentimento não é dor

é doença

É plágio de almas vividas e sofridas

Que nunca se curaram


Meu sentimento é repulsa

é a morte

é o desespero de não querer evoluir

acreditar que nada mais tem solução


O que vejo

Não é o sentimento

é a dor da alma

é a alma murchando

é a luz se apagando


Meu sentimento é voraz

acaba com a vivacidade

extingue a felicidade

E desliga a dor"

O mundo é assustador, mais do que qqr coisa!!!Não sei como se vive.Só sei do lamento.A fúria de um alento sem fim é um consolo que não se propaga.Quem somos nós?Nem com a física quantica...O jeito é viver choramingando e beber as próprias lágrimas.Engolir o medo e atar o desespero.Pra depois descobrir que tudo valeu de nada.