4 de abril de 2009

Relâmpago alvitre.


  Dentro deste espaço de tempo em que o Sol está no horizonte,eu,moderadamente sóbria, com meus desejos floridos, incendio sua chegada.

  Sobre um pátio mudo, montanhoso,ainda eu, Diviane, argonauta desvairada, cuido do cimento das palavras profundas do poeta.(As palavras me despertam a alma)

  Com a boca entorpecida de vida, de querer, arregalo os dedos e estendo as mãos aos céus e aos astros, louvando a chegada daquele que me faz sentir eterna moça-jasmim.

  Lendo teus sinais vezes mudos, vezes ríspidos, vezes explícitos-tão contraditórios-sorvo a rude distância dos nossos delírios febris. Tu bens sabes.Sempre estive perto, e assim sempre será. Independente do título que me coroar.

  Se não vieres veloz,o que será das minhas noites?Ventania e solidão somente.Cardumes de estrelas opacas que se hospedarão em meu ser até meu envelhecimento.Quem sabe morte?

  Algumas de minhas horas, são segredadas a ti.Nos meus próprios versos te procuro.

  Nas primaveras desanuvio fotos frias da suadade embalsamada.

  O telefone nunca voltou a tocar...

  Que venhas Poeta!No teu devido tempo!Pegue carona numa estrela cadente e venha voando pro meu infinito de utopias.Venha com seu poderio masculino e com tua fome de bicho.Quero te sentir em variados ciclos.Ser sua solidão noctívaga e tua fantasia de rei.

  De forma descomprometida, sem alimentar nossas reais esperanças, preparo meu colo para teus cabelos e a minha respiração para os teus ouvidos.


  Portanto que venhas!Num exercício de passos e gestos desdobrados rejuvenescendo transes descontínuos e investigando nosso indecifrável submerso.