25 de janeiro de 2010


02/11/2009


O que mais desejo nesse momento incômodo de cárcere é virar pó de estrela. Brilhar nos ciscos selvagens e incandescentes. Viajar então além das jaulas e janelas.

Espalharia meu pó brilhante em todos espelhos de almas embriagadas. Ver o clamor se dissolvendo num mundo quase transcedental, de fato, reluzente.

Virar pó de estrela seria como preservar a bem aventurança das coisas internas e trancadas. Seria como dar a volta ao mundo em oitenta dias num balão de gás, na esperança de pegar carona com o vento, com entrega, num trajeto ideal do universo, onde a paz e a plenitude estarão de mãos dadas.

Sim. Meu sonho é voar. Virar pó de estrela "douradíssima"! Mergulhar nas almas dos poetas e sentir de fato o furor do universo entrando em epilepsia com a magia dos meus ciscos de ouro.

Desligar o controle remoto. Extinguir os equívocos da humanidade e avassalar todos vácuos com minha luz incandescente.

Pó de ouro! Me muero!

Essa grata vontade de me transformar em pó de estrela purpurina faz algum sentido.

Primeiramente concluo em forte grau que necessito urgentemente voar e viajar nas costas das brisas insones, de ventos insanos, dentro dos furacões concebidos... Anseio tudo isso, e se esse fato suceder me consolarei das angústias e anseios. Brilhar ou não brilhar?

I want to shine! Quem vem comigo?

A partir de então, não mais "EU".

Era uma vez, uma garota peculiar, com esmalte cor de rosa e sem brilho no olhar. Sua tristeza arisca a envolve num pranto de ter que dar fim no seu vôo.

Mesmo com toda dor, a menina estrela-dourada-alada se fecha num cômodo de paredes negras onde completamente amarrada, clama em vão palavras nuas e sorrateiras.

Ela agoniza. Sem brilho, sem força, sem esperança. Ela agora só sonha em brincar de brilhar.